Somos o país em que mais se estuda Geografia em todo o mundo...: Os discursos em defesa da legitimidade da Geografia como disciplina autônoma da educação básica

Página do item simplificado
dc.contributor.advisor1Girardi, Gisele
dc.contributor.advisor1IDhttps://orcid.org/0000000217496773
dc.contributor.advisor1Latteshttp://lattes.cnpq.br/6401645083624025
dc.contributor.authorAndré, Philipe Braga
dc.contributor.authorLatteshttp://lattes.cnpq.br/9219556461405117
dc.contributor.referee1Rocha, Ana Angelita Costa Neves da
dc.contributor.referee1IDhttps://orcid.org/0000-0001-8142-0119
dc.contributor.referee1Latteshttp://lattes.cnpq.br/0514843501598342
dc.contributor.referee2Nogueira, Carlo Eugênio
dc.contributor.referee2IDhttps://orcid.org/0000-0003-2863-4593
dc.contributor.referee2Latteshttp://lattes.cnpq.br/6048622744091377
dc.contributor.referee3Lemos, Linovaldo Miranda
dc.contributor.referee3Latteshttp://lattes.cnpq.br/0872554743637515
dc.contributor.referee4Nunes, Flaviana Gasparotti
dc.date.accessioned2024-05-30T00:53:22Z
dc.date.available2024-05-30T00:53:22Z
dc.date.issued2022-03-30
dc.description.abstractIn recent years, the debate on Brazil’s education has centered, among other issues, on those related to the approval of the National Learning Standards (BNCC) and the High School Restructuring (Law 13415/2017). Both promoted a centralization and profoundly changed the meaning of Brazilian secondary education, as well as the legal aspects of curricular policy. The BNCC built new meanings and conferred a new legitimacy for Geography as a subject of Elementary Education. For High School, by the new proposed model, the knowledge of Geography would be dispersed and articulated with other subjects in the broader context of the area of Applied Human and Social Sciences, as a non-mandatory discipline. The centrality of the BNCC and the Restructuring implied the emergence of the needs to defend the presence of Geography as a mandatory subject in high school. Furthermore, the meanings hegemonized by the Learning Standards for Elementary Education, became the target of discussion, criticism, denial and opposition to other meanings by a diversity of social groups. Then emerged a discursive moment, categorized by the rapid emergence of an intense and diversified discursive production about these events. Taking that into account, the main objective of this thesis is to analyze how the discourse of the legitimacy of Geography as an autonomous discipline of basic education and the dispute and negotiation of its meanings in basic education is (re)constructed, throughout the process of elaboration and after the institution of the BNCC and the High School Restructuring. Supported by discursive theoretical-methodological perspectives and dialoguing with French Discourse Analysis and and authors that debate curriculum as discourse, I analyze a series of documents that circulated in the period between 2014 (the beginning of discussions about the BNCC) and 2021 (the deadline for the "alignment” of state and municipal curricula to the High School Reform and the Learning Standards). I analyse open letters, manifestos and public notes in defense of meanings and legitimacy for Geography as an autonomous discipline in Basic Education; critical reports commissioned by the MEC about Geography in the different versions of the BNCC; the three versions of the Learning Standards publicized by MEC and curricular documents prepared by different federation units after the approval of the reforms. In general terms, it was possible to see that the same signifier “crisis” mobilized by the proponents of the reforms, was also activated by those who defended the disciplinary autonomy of Geography at school, but with other meanings. This relationship was built from an understanding that if Geography has the function of re(re)presenting the world, when it is in crisis, its presence is necessary more than ever. Therefore, there is a connection between projects and images created for Brazil, the world and education and the roles assigned to Geography. Similarly, in the documents considered official, the discipline needed to negotiate its autonomy in a context of delegitimization of school subjects, the (re)emergence of the curricular structuring around “competencies and abilities” and its allocation in the area of “Human Sciences”. ”. This resulted in the production of a meaning for Geography as implied in the contextualization of knowledge at school, in the development of a specific competence (geographical reasoning) and a shift of knowledge in “Physical Geography” to a socio-environmental debate, respectively.
dc.description.resumoNos últimos anos o debate educacional brasileiro foi marcado, entre outras questões, por aquelas relativas à homologação da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e à reestruturação do Ensino Médio (Lei 13415/2017). Articuladas, ambas promoveram uma centralização e modificaram profundamente o sentido da educação secundária brasileira, bem como as determinações legais de composição curricular. Para a Geografia do Ensino Fundamental, a BNCC instituiu novos sentidos e conferiu uma nova legitimidade à sua presença na escola. Para o Ensino Médio, pelo novo modelo proposto, os saberes da Geografia estariam dispersos e articulados com outros no contexto mais amplo da área de Ciências Humanas e Sociais aplicadas, não havendo a obrigatoriedade de oferta, nem de frequência dos alunos em aulas específicas dessa disciplina escolar. Essa centralidade da BNCC e da Reforma implicou na emergência da necessidade de defesa da presença da Geografia na etapa final da educação básica. Além disso, os sentidos instituídos com pretensão de hegemonia pela base nacional para o Ensino Fundamental, se tornaram alvo da discussão, crítica, negação e contraposição a outros sentidos por parte de uma diversidade de grupos sociais. É possível falar, dessa forma, na instalação de um momento discursivo, categorizado pela emergência rápida de uma produção discursiva intensa e diversificada em torno desses acontecimentos. Frente a isso, o objetivo central da presente tese é, analisar, como se (re)constrói o discurso de legitimidade da Geografia como disciplina autônoma da educação básica e a disputa e negociação de sentidos para ela, ao longo do processo de elaboração e instituição da BNCC e da Reforma do Ensino Médio. Apoiado na Teoria do Discurso de Ernesto Laclau e autores que discutem currículo e política curricular nessa perspectiva, bem como dialogando metodologicamente com a Análise do Discurso Francesa, analiso uma série de documentos elaborados no período entre 2014 (início das discussões sobre a BNCC) e 2021 (prazo final para a “readequação” de currículos estaduais e municipais à Reforma do Ensino Médio e à base). Resgato cartas abertas, manifestos e notas públicas em defesa de sentidos e legitimidade para a Geografia como disciplina autônoma na Educação Básica; pareceres críticos encomendados pelo MEC sobre o componente curricular Geografia nas diferentes versões da BNCC; as três versões da Base Nacional divulgadas pelo MEC e documentos curriculares elaborados por diferentes unidades da federação após a aprovação das reformas. Em linhas gerais, foi possível perceber que o mesmo significante “crise” mobilizado pelos proponentes das reformas, também foi ativado por quem defendeu a autonomia disciplinar da Geografia na escola, porém com outros sentidos. Essa relação foi construída a partir de uma compreensão de que se a Geografia tem por função re(a)presentar o mundo, quando este está em crise, mais do que nunca sua presença é necessária. Dessa forma, há um entrelaçamento entre projetos e imagens criadas para o Brasil, o mundo e a educação e os papéis atribuídos à Geografia. De modo semelhante, nos documentos considerados oficiais, a disciplina precisou negociar sua autonomia em um contexto de deslegitimação das disciplinas escolares, a (re)emergência da estruturação curricular em torno de “competências e habilidades” e da sua alocação na área de “Ciências Humanas”. Disso resultou a produção de um sentido para a Geografia como implicada na contextualização do conhecimento na escola, no desenvolvimento de uma competência específica (o raciocínio geográfico) e um deslizamento do conhecimento em “Geografia Física” para um debate socioambiental, respectivamente.
dc.formatText
dc.identifier.urihttp://repositorio.ufes.br/handle/10/15959
dc.languagepor
dc.publisherUniversidade Federal do Espírito Santo
dc.publisher.countryBR
dc.publisher.courseDoutorado em Geografia
dc.publisher.departmentCentro de Ciências Humanas e Naturais
dc.publisher.initialsUFES
dc.publisher.programPrograma de Pós-Graduação em Geografia
dc.rightsopen access
dc.subjectGeografia
dc.subjectCurrículo
dc.subjectDiscurso
dc.subjectBNCC
dc.subjectReforma do Ensino Médio
dc.subject.br-rjbnsubject.br-rjbn
dc.subject.cnpqGeografia
dc.titleSomos o país em que mais se estuda Geografia em todo o mundo...: Os discursos em defesa da legitimidade da Geografia como disciplina autônoma da educação básica
dc.title.alternativetitle.alternative
dc.typedoctoralThesis
Arquivos
Pacote Original
Agora exibindo 1 - 1 de 1
Imagem de Miniatura
Nome:
TESE_FINAL Philipe Braga André (2).pdf
Tamanho:
3.88 MB
Formato:
Adobe Portable Document Format
Descrição:
Baixar
Coleções
Doutorado em Geografia