Post-relatos de mulheres vítimas de violência na página do Instagram “acervo de relatos mas ele nunca me bateu”: o contradiscurso sob a lente dos estudos críticos do discurso
| dc.contributor.advisor1 | Tomazi, Micheline Mattedi | |
| dc.contributor.advisor1ID | https://orcid.org/0000-0002-2246-7061 | |
| dc.contributor.advisor1Lattes | http://lattes.cnpq.br/4783716565631781 | |
| dc.contributor.author | Endlich, Daniela Littig | |
| dc.contributor.authorID | https://orcid.org/0009-0003-6444-716X | |
| dc.contributor.authorLattes | http://lattes.cnpq.br/0456535853013761 | |
| dc.contributor.referee1 | Santos, Záira Bomfante dos | |
| dc.contributor.referee1ID | https://orcid.org/0000-0002-6162-8489 | |
| dc.contributor.referee1Lattes | http://lattes.cnpq.br/4736245340980339 | |
| dc.contributor.referee2 | Fonseca, Renata Barreto da | |
| dc.contributor.referee2ID | https://orcid.org/0000-0002-3210-8281 | |
| dc.contributor.referee2Lattes | http://lattes.cnpq.br/8111399716476645 | |
| dc.date.accessioned | 2025-09-05T18:13:05Z | |
| dc.date.available | 2025-09-05T18:13:05Z | |
| dc.date.issued | 2025-07-31 | |
| dc.description.abstract | This research is justified by the importance of social movements that operate on the social network Instagram as counter-discourses in the social problem of gender-based violence against women. Considering that, in addition to physical violence, there are other types of violence (psychological, moral, patrimonial). This dissertation seeks to demonstrate that non-physical violence occurs in and through language. The Instagram page “Acervo de relatos mas ele nunca me bateu” (ACMAS) is used for women to report their experiences of violence, almost always silenced by discredit and lack of evidence for them to be reported. In this sense, the general objective of this dissertation is to discursively analyze the Social Representation (SR) present in the counter-discourse of women victims of psychological, moral and patrimonial violence by their partners or ex-partners in affective-conjugal relationships published on the ACMAS page. We argue that the page functions as a Social Movement in the fight against male violence against women, encouraging the production of repertoire activities by followers so that they can anonymously share their experiences of violence. The methodology is qualitative and interpretative, and the collection of post-reports was carried out manually during the period from January 31, 2023 to June 30, 2024 through screenshots of the Instagram page, resulting in a total of 361, in which we selected 9 post-reports for analysis. The selection was made by covering only the reports that contain psychological, moral and patrimonial violence with the addition to the adversative clause “but he never hit me” or “he never hit me, but”. As a theoretical-methodological contribution, we used van Dijk's ECD (1992, 1993, 2000, 2008, 2011, 2014, 2015, 2016, 2021, 2024) focusing on the aspects of the discourse-cognition-society triad, SR and power relations. Alongside with the ECD, when addressing the discursive genre that constitutes the post-report, we dialogued with Bakhtin (1997), Cristiane Dias (2019), among others. When situating social networks for research, we addressed the works of Recuero (2012, 2015) and Castells (2015). Regarding gender-based violence against women, we looked for the laws that govern this crime in Brazil and works that direct us towards the discussion on gender, Heleieth Saffioti, 1994, 2001, 2004; bell hooks, 2020; and Gerda Lerner, 2019, in addition to works that deal with violence against women Micheline Tomazi, 2019, 2020; Raquelli Natale, 2015; Renata Fonseca, 2022; among others. The results indicate that some linguistic-discursive strategies, such as pronominalization, adjectives, the use of verbal modalizations, and discursive structures of reports through narrative superstructures were more recurrent in the construction of women's SR as protagonists of the violence they suffered, demonstrating a positive self-presentation in relation to the recognition of violent acts, the search for independence, and the defense of an anti-sexist ideology, while at the same time demonstrating another negative presentation of their aggressor as a perpetrator of non-physical violence using sexist and conservative attitudes and ideology. The research also demonstrates the importance of the ACMAS page as a SM in favor of the recognition of other types of violence, in addition to physical violence, giving women not only the opportunity to be heard, but also to mark a position of resistance and counter-discourse for the recognition of other types of violence that, recognized by many other women, can motivate change in sexist and patriarchal social practices. | |
| dc.description.resumo | Esta pesquisa se justifica pela importância dos movimentos sociais que atuam na rede social Instagram como contradiscursos no problema social da violência de gênero contra mulheres. Considerando que, além da violência física, existem outros tipos de violências (psicológica, moral, patrimonial). Esta dissertação procura demonstrar que as violências não-físicas ocorrem na e pela linguagem. A página do Instagram “Acervo de relatos mas ele nunca me bateu” (ACMAS) é utilizada para que as mulheres relatem suas vivências de violências, quase sempre silenciadas pelo descredito e falta de provas para que sejam denunciadas. Nesse sentido, o objetivo geral desta dissertação é analisar discursivamente a Representação Social (RS) presente no contradiscurso das mulheres vítimas de violência psicológica, moral e patrimonial por parte de seus parceiros ou ex-parceiros em relações afetivo-conjugais publicados na página ACMAS. Defendemos que a página funciona como Movimento Social no combate à violência de homens contra as mulheres, incentivando a produção de atividades de repertório pelas seguidoras a fim de que elas compartilhem, anonimamente, as suas vivências de violência. A metodologia utilizada é qualitativa e interpretativa, e a coleta dos post-relatos foi realizada manualmente durante o período de 31 de janeiro de 2023 a 30 de junho de 2024 por meio de prints da página no Instagram, resultando em um total de 361 dos quais selecionamos 9 post-relatos para análise. A seleção se deu abarcando somente os relatos que contém as violências psicológicas, morais e patrimoniais com a adição da oração adversativa “mas ele nunca me bateu” ou “ele nunca me bateu, mas”. Como aporte teórico-metodológico, utilizamos a abordagem sociocognitiva dos ECD de van Dijk (1992, 1993, 2000, 2008, 2011, 2014, 2015, 2016, 2021, 2024) enfocando os aspectos da tríade discurso-cognição-sociedade, da RS e das relações de poder. Em diálogo com os ECD, ao abordarmos sobre o gênero discursivo que constitui o post-relato, dialogamos com Bakhtin (1997), Cristiane Dias (2019), entre outros. Ao situarmos as redes sociais para a pesquisa, recorremos a Recuero (2012, 2015) e Castells (2015). Em relação à violência de gênero contra a mulher, buscamos as leis que regem esse crime no Brasil e trabalhos que nos direcionam para a discussão sobre gênero, Heleieth Saffioti, 1994, 2001, 2004; bell hooks, 2020; e Gerda Lerner, 2019, além de trabalhos que tratam de violência contra mulheres Micheline Tomazi, 2019, 2020; Raquelli Natale, 2015; Renata Fonseca, 2022; entre outros. Os resultados indicam que algumas estratégias linguístico-discursivas, como a pronominalização, a adjetivação, o uso de modalizações verbais, além de estruturas discursivas dos relatos por meio de superestruturas narrativas foram mais recorrentes para a construção da RS das mulheres como protagonistas das violências sofridas, demonstrando uma autoapresentação positiva em relação ao reconhecimento das ações de violência, busca de independência e defesa de uma ideologia antimachista, ao mesmo tempo em que demonstram uma outroapresentação negativa de seu agressor como perpetrador de violências não-físicas utilizando atitudes, ideologia machista e conservadoras. A pesquisa também demonstra a importância da página ACMAS como MS em prol do reconhecimento de outros tipos de violência, além da física, dando as mulheres não só a oportunidade de serem ouvidas, mas também de marcarem um posicionamento de resistência e contradiscurso para reconhecimento de outras violências que, reconhecidas por outras tantas mulheres, possam motivar mudança nas práticas sociais machistas e patriarcais. | |
| dc.description.sponsorship | Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Espírito Santo (FAPES) | |
| dc.format | Text | |
| dc.identifier.uri | http://repositorio.ufes.br/handle/10/20345 | |
| dc.language | por | |
| dc.publisher | Universidade Federal do Espírito Santo | |
| dc.publisher.country | BR | |
| dc.publisher.course | Mestrado em Estudos Linguísticos | |
| dc.publisher.department | Centro de Ciências Humanas e Naturais | |
| dc.publisher.initials | UFES | |
| dc.publisher.program | Programa de Pós-Graduação em Linguística | |
| dc.rights | open access | |
| dc.subject | Violência de gênero contra mulheres | |
| dc.subject | Estudos críticos do discurso | |
| dc.subject | Movimento social | |
| dc.subject.cnpq | Linguística | |
| dc.title | Post-relatos de mulheres vítimas de violência na página do Instagram “acervo de relatos mas ele nunca me bateu”: o contradiscurso sob a lente dos estudos críticos do discurso | |
| dc.type | masterThesis |