“E comé que a gente sobrevive? A gente segura a mão uma das outras”: o assédio sexual na pós-graduação em administração numa perspectiva afrocêntrica
dc.contributor.advisor1 | Teixeira, Juliana Cristina | |
dc.contributor.advisor1Lattes | http://lattes.cnpq.br/3705084565039896 | |
dc.contributor.author | Santos, Luana Sodré da Silva | |
dc.contributor.authorLattes | http://lattes.cnpq.br/0262433190597445 | |
dc.contributor.referee1 | Fantinel, Leticia Dias | |
dc.contributor.referee1ID | https://orcid.org/0000000245896352 | |
dc.contributor.referee1Lattes | http://lattes.cnpq.br/8188708807795008 | |
dc.contributor.referee2 | Oliveira, Josiane Silva de | |
dc.contributor.referee3 | Diniz, Ana Paula Rodrigues | |
dc.contributor.referee4 | Vasconcelos, Katia Cyrlene de Araujo | |
dc.contributor.referee4ID | https://orcid.org/0000000169727599 | |
dc.contributor.referee4Lattes | http://lattes.cnpq.br/0179308147079347 | |
dc.date.accessioned | 2024-05-29T20:55:25Z | |
dc.date.available | 2024-05-29T20:55:25Z | |
dc.date.issued | 2023-11-27 | |
dc.description.abstract | Black women in academic settings, particularly in teaching and research roles, face obstacles that impact their entry and persistence as knowledge producers and education professionals. Among these challenges, sexual harassment stands out as a patriarchal gender violence that violates the victims integrity by undermining the autonomy of women as individuals. Treated as beings without subjectivities, their bodies are reduced to sexual objects, subjected to subjugation and violence by men. Specifically, Black women grapple with racial issues, emphasizing the need to broaden the concept of sexual harassment (SH). Beyond the legal context, a sociological discussion is undertaken, drawing on the concepts of cosmo-perception and worldview from Afrocentric theories to prioritize alternative perspectives and consider Black women as a collective subject. Additionally, African and Afro-diasporic authors are employed to reclaim the autonomy and humanity of Black women in postgraduate studies, exploring non-Eurocentric ways of being and living. In predominantly white and male academia, literature indicates that these women are challenged for constructing knowledge that goes against the hegemonic narrative. Instances of racism and sexism are found to hinder, marginalize, and discredit them. The methodological approach of “falavivência”; based on Conceição Evaristo’s concept of “Escrevivência” is used to orally explore how they experience their academic journeys in the field of Administration. Conversations with academic leaders in the field of Administration are also conducted to understand institutional responses to sexual harassment in their spaces. Falavivências reveal the adversities of existing in unwelcoming spaces. Notably, among the reported violences are epistemicides, silencings, sexual harassment based on gender, and associations with stereotypes like mulatto, black mother, and domestic worker. These incidents, whether interconnected or isolated, aim to position them in the realm of non-being, causing both visible and invisible wounds. Conversely, survival strategies rooted in collectivity are observed, enabling them to persist and claim their rightful space. The concept of “quilombo” emerges as a path to reclaim self-knowledge and self-definition. In this thesis, falavivência fosters affectionate connections with participants, including the researcher. The care, affection, and metaphorical “lap” subvert the violent expectations imposed on them, facilitating the construction of another Black woman in control of her body, desires, and aspirations. Ultimately, by expanding the concept of sexual harassment, the thesis effectively addresses the violences they endure. The integration with Afrocentricity opens up new possibilities for being an woman “amefricana”. | |
dc.description.resumo | As mulheres negras que ocupam os ambientes acadêmicos, no que se refere ao ensino e pesquisa, enfrentam percalços que influenciam o ingresso e a permanência delas como produtoras de conhecimento e profissionais da educação. Dentre esses percalços, destaca-se o assédio sexual, uma violência de gênero patriarcal que fere a integridade da vítima, ao capturar a autonomia das mulheres enquanto sujeitas. Por serem tratadas como seres sem subjetividades, seus corpos são reduzidos a objetos sexuais, sendo subjugados e violentados pelos homens. Em específico, as mulheres negras são atravessadas por questões raciais que aponta a necessidade de ampliar o conceito de assédio sexual. Por isso, para além do que é conhecido no campo jurídico, é feita uma discussão sociológica, a partir dos conceitos de cosmopercepção e cosmovisão das teorias afrocêntricas, para priorizar outros sentidos que não a visão e considerar o sujeito mulher negra como um coletivo. Além disso, autores africanos e afrodiaspóricos são utilizados para resgatar a autonomia e a humanidade das mulheres negras na pós-graduação, e pensar em outros modos de ser e viver que não eurocêntricos. Na academia predominantemente branca e masculina, a literatura indicia que elas são confrontadas por construírem um conhecimento contra hegemônico. Episódios de racismo e sexismo são encontrados para interditá-las, inferiorizá-las e descredibilizá-las. Como caminho metodológico, a falavivência, baseada na noção de Escrevivência de Conceição Evaristo, foi utilizada para, por meio da oralidade, conhecer como elas vêm experenciando as suas trajetórias acadêmicas no campo da Administração. Conversas com líderes da área acadêmica de Administração também foram realizadas para conhecer o que as instituições vêm fazendo sobre o assédio sexual em seus espaços. As falavivências mostraram as adversidades que é permanecer num espaço onde não se é bem-vinda. Destaca-se que, dentre as violências encontradas, os epistemicídios e silenciamentos, o assédio sexual atribuído ao sexo, e as vinculações com os estereótipos de mulata, mãe preta e doméstica, foram relatadas por elas e, de forma articulada ou isolada, tinham o objetivo de posicioná-las na zona do não ser, e provocando feridas tanto visíveis quanto invisíveis. Em contrapartida, foram observadas estratégias de sobrevivências, pautadas na coletividade, que as fazem continuar e reivindicar o espaço que também é delas. O quilombo se mostra como um caminho para resgatar a possibilidade de autoconhecimento e de autodefinição. Nesta tese, a falavivência possibilitou o carinho e o acolhimento com as participantes, incluindo com a pesquisadora. Sentimentos estes comentados por elas, e sentidos por meio das conversas. O cuidado, acolhimento e o “colo” subvertem a lógica violenta do que é esperado delas, e possibilitam a construção de uma outra mulher negra dona de seu corpo, de seus anseios e desejos. Por fim, o conceito de assédio sexual ao ser ampliado, consegue dar conta das violências que elas sofreram. E a tese, ao articular com a afrocentricidade, deu outras possibilidades de ser uma mulher amefricana. | |
dc.description.sponsorship | Fundação Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) | |
dc.format | Text | |
dc.identifier.uri | http://repositorio.ufes.br/handle/10/12549 | |
dc.language | por | |
dc.publisher | Universidade Federal do Espírito Santo | |
dc.publisher.country | BR | |
dc.publisher.course | Doutorado em Administração | |
dc.publisher.department | Centro de Ciências Jurídicas e Econômicas | |
dc.publisher.initials | UFES | |
dc.publisher.program | Programa de Pós-Graduação em Administração | |
dc.rights | open access | |
dc.subject | Mulheres negras | |
dc.subject | Academia | |
dc.subject | Afrocentricidade | |
dc.subject | Assédio sexual | |
dc.subject.cnpq | Administração | |
dc.title | “E comé que a gente sobrevive? A gente segura a mão uma das outras”: o assédio sexual na pós-graduação em administração numa perspectiva afrocêntrica | |
dc.type | doctoralThesis |
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