(Im)polidez e emoção : ferramentas argumentativas no texto jurídico
Carregando...
Data
2024
Autores
Silva, Araceli Covre da
Título da Revista
ISSN da Revista
Título de Volume
Editor
Edufes
Resumo
Esta obra resulta de um estudo sobre a (des)construção de face dos atores sociais, protagonistas que participam das peças processuais petição inicial, contestação e réplica à contestação, gêneros que circulam na esfera jurídica, objetos de análise desta pesquisa. O objetivo da pesquisa foi analisar a construção e a desconstrução de face das partes processuais e isso possibilitou-nos refletir sobre como a construção positiva ou negativa da face do requerente e do requerido pode contribuir para a produção de um discurso argumentativo. Tal reflexão embasou-se sobre quatro vertentes teóricas: (1) a Teoria dos Atos de Fala, cujo precursor foi Austin (1990 [1962]); (2) a teoria da Elaboração da Face, proposta por Goffman (1985 [1975], 2011[1965]); (3) a Teoria da Polidez, de Brown e Levinson (1987[1978]); e (4) a teoria das Emoções, de Micheli (2010) e Plantin (2011). As três primeiras circunscrevem-se no domínio da Pragmática e permite evidenciar a linguagem como forma de ação na medida em que, por meio dela, o falante cria uma imagem de si e do outro tendo em vista interesses e intenções do ato comunicativo. O desejo de ganhar uma causa é a mola propulsora do processo de comunicação no âmbito jurídico. Para conseguir a adesão do interlocutor, o falante, além da criação de faces positivas e negativas, aciona formas de linguagem que provoquem reações emocionais diversas no ouvinte. A teoria das emoções entra nesse jogo de linguagem como forma de o falante provocar emocionalmente o seu ouvinte em uma determinada situação. Dessa forma, as bases teóricas elencadas, aplicadas aos excertos extraídos das peças processuais, mostram que a seleção dos atos de fala, as escolhas léxicas presentes nesses atos traduzem-se em violência verbal na desconstrução de face contribuindo para o processo argumentativo no texto jurídico. Os excertos apresentados na análise, em respeito à ética em pesquisa, preservam a identidade das partes processuais, pois os processos utilizados para o estudo tramitaram em segredo de justiça. O projeto desta pesquisa foi aprovado pelo comitê de ética em pesquisa desta Universidade. O estudo comprovou que a (des)construção de face é uma estratégia argumentativa para a produção de peça jurídicas.
Descrição
Palavras-chave
Pragmática , Atos de fala (linguística) , Face , Emoção
Citação
Silva, Araceli Covre da. (Im)polidez e emoção: ferramentas argumentativas no texto jurídico. Vitória, ES: Edufes, 2024.