Avaliação da influência da precocidade da antibioticoprofilaxia no risco de infecção em fraturas expostas
dc.contributor.advisor1 | Nunes, Ana Paula Ferreira | |
dc.contributor.advisor1Lattes | http://lattes.cnpq.br/7851528667690358 | |
dc.contributor.author | Marchiori, João Guilherme Tavares | |
dc.contributor.authorLattes | http://lattes.cnpq.br/3797341210706772 | |
dc.contributor.referee1 | Spano, Liliana Cruz | |
dc.contributor.referee1ID | https://orcid.org/0000000262056988 | |
dc.contributor.referee1Lattes | http://lattes.cnpq.br/7451382455806895 | |
dc.contributor.referee2 | Meira, Débora Dummer | |
dc.contributor.referee2ID | https://orcid.org/0000-0002-6092-2459 | |
dc.contributor.referee2Lattes | http://lattes.cnpq.br/7199119599752978 | |
dc.contributor.referee3 | Pinto Neto, Lauro Ferreira da Silva | |
dc.contributor.referee3Lattes | http://lattes.cnpq.br/1528710938091794 | |
dc.contributor.referee4 | Jacob Junior, Charbel | |
dc.date.accessioned | 2024-05-30T01:41:01Z | |
dc.date.available | 2024-05-30T01:41:01Z | |
dc.date.issued | 2022-11-16 | |
dc.description.abstract | Introduction: Open fractures are traumatic injuries capable of fracturing a bone, exposing it to the external environment, with consequent colonization by microorganisms. Open fractures are associated with soft tissue injuries, the severity of which is directly related to the risk of complications, such as nonunion and infection. The goals of treatment are prevention of infection, bone healing, and restoration of function in the affected limb. These goals are most consistently achieved through adequate fracture fixation, meticulous debridement of devitalized tissue and gross contamination, administration of antibiotics, and skin coverage as soon as local conditions permit. One of the variables whose importance has been debated is the time between the occurrence of the fracture and the start of intravenous antibiotic prophylaxis, and represents the central scope of this work. Objectives: To investigate the relationship between time interval to first antibiotic and risk of deep infection, as well as to evaluate epidemiological and microbiological aspects related to open fractures. Finally, to elaborate a systematic review encompassing the topic of the association of timing to first antibiotic and subsequente infection. Methods: the research involves the sequential elaboration of three articles, the first being a study on several epidemiological variables related to fractures, both open and closboth open and closed fractures, treated between February 2019 and March 2020, in a regional hospital of reference in trauma. The second article evaluated associations between several epidemiological variables, especially the evaluation of early antibiotic prophylaxis and the risk of infection in open fractures. The third article consisted of a systematic review that investigated the available evidence regarding the association between early initiation of antibiotic prophylaxis and the risk of infection in open fractures, using the PRISMA algorithm (Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses) and a risk of bias assessment tool (ROBINS-I - Risk of Bias in Non-randomized Studies of Interventions). Results: 416 fractures in 368 patients were included, of which 123 suffered open fractures (139 exposed fractures) and 245 suffered closed fractures (277 fractures). Among women, 83% of fractures were closed, against 57% in men (p<0.0001). As for marital status, 71% were single in the open fracture group, against 50% in the closed fracture group (p=0.0002). Mean age was higher among victims of closed fractures (48.6 years) than among those with open fractures (36.8 years, p<0.0001). Among open fractures, there was a predominance of type IIIA (45%) and, in the closed group, of the AO classification 43 (7.15%). After multiple logistic regression including the variables sex, age, marital status, motorcycle accident, smoking, alcoholism, hypertension and diabetes mellitus, it was observed that only motorcycle accident OR=5.08 (95%CI 2.25-11.50, p. <0.0001) maintained statistical significance as a risk factor for open fractures in relation to closed ones. Of the 123 patients with open fractures, 115 completed the follow-up, with an overall incidence of infection of 18.3%. Of the open fractures of the lower limbs, 23% became infected, against 4% of the fractures of the upper limbs (p=0.04216). Specifically regarding tibial fractures, these accounted for an infection rate of 28%, against 8% for fractures at other anatomical sites (p= 0.010223). The intervals until the start of antibiotic prophylaxis and until the first surgical debridement were not associated with the risk of infection in the bivariate tests (p=0.51 and p=0.19, respectively). The logistic regression model did not obtain statistical significance (p=0.1595), as well as the variable time until the first ATB (p=0.098). The systematic review included 14 studies, of which 6 were considered at serious risk of bias, 7 at critical risk, and 1 at moderate risk. Three studies demonstrated a positive correlation between the interval until the first ATB and the risk of infection, and 11 studies were negative. Regarding the class of antimicrobials used during hospitalization, we found that there was no difference in the risk of infection when comparing the use of a firstgeneration cephalosporin with the expanded coverage therapy for GRAM-negatives. Microbiological studies were obtained for 12 of the 21 infected patients, 21 bacterial strains being isolated, 4 strains of S. aureus, 3 of P.aeruginosa, 3 of E. cloacae and 3 of E.coli. Monomicrobial infections were observed in 66.67% (n = 8) of the patients, of which 5 were infected by a strain resistant to antibiotic prophylaxis. Four strains were classified as MDR, 2 of them being S. aureus. Conclusions: there was no associaation between time to first antibiotic and risk of infection, although this variable approached statistical significance, possibly reflecting a beta-type error, inherent to the sample size limited. The systematic review identified a general low methodological quality of the studies, as well as non-uniform results regarding the association between early antibiotic prophylaxis and reduced risk of infection. Microbiological analyzes show a higher incidence of S. aureus, and that prophylactic antibiotic coverage was innapropriate for 33.3% of the isolated strains. | |
dc.description.resumo | Introdução: Define-se fratura exposta como uma lesão traumática capaz de fraturar um osso, expondo-o ao ambiente externo, com consequente colonização por microorganismos. Associa-se à fratura exposta a lesão das partes moles, cuja gravidade se relaciona diretamente com os riscos de complicações, como falta de consolidação e infecção. Os objetivos do tratamento das fraturas expostas são a prevenção de infecção, consolidação da fratura e restauração da função do membro afetado. Esses objetivos são mais consistentemente alcançados por meio de adequada fixação das fraturas, desbridamento meticuloso de tecidos desvitalizados e da contaminação grosseira, administração de antibióticos e cobertura cutânea tão logo as condições locais permitam. Uma das variáveis cuja importância vem sendo debatida consiste no tempo entre a ocorrência da fratura e o início da antibioticoprofilaxia endovenosa, e representa o escopo central desta obra. Objetivos: Investigar a relação entre o intervalo tempo entre a fratura exposta e o início da antibioticoprofilaxia e o desenvolvimento de infecção profunda, bem como conhecer os diversos aspectos epidemiológicos e microbiológicos relacionados às fraturas expostas e fechadas. Finalmente, elaborar uma revisão sistemática dos dados referentes à influência do tempo até o início da antibioticoprofilaxia e o risco de infecção em fraturas expostas. Métodos: a pesquisa envolve a elaboração sequencial de três artigos, sendo o primeiro um estudo acerca de diversas variáveis epidemiológicas referentes às fraturas, tanto expostas quanto fechadas, atendidas entre fevereiro de 2019 e março de 2020, em um hospital regional de referência em trauma. O segundo artigo avaliou associações entre diversas variáveis epidemiológicas, especialmente a avaliação da antibioticoprofilaxia precoce no risco de infecção em fraturas expostas. O terceiro artigo consistiu em uma revisão sistemática que investigou a evidência disponível acerca da associação entre a precocidade do início da antibioticoprofilaxia e o risco de infecção em fraturas expostas, utilizando-se o algoritmo PRISMA (Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses) e uma ferramenta de avaliação do risco de vieses nos estudos selecionados (ROBINS-I - Risk of Bias in Non-randomized Studies of Interventions). Resultados: foram incluídas 416 fraturas em 368 pacientes, dos quais 123 sofreram fraturas expostas (139 fraturas expostas) e 245 sofreram fraturas fechadas (277 fraturas). Entre as mulheres, 83% das fraturas foram fechadas, contra 57% nos homens (p<0.0001). Quanto ao estado civil, 71% eram solteiros no grupo das fraturas expostas, contra 50% no grupo das fechadas (p=0.0002). A idade média foi maior entre as vítimas de fraturas fechadas (48,6 anos) do que entre aqueles com fraturas expostas (36,8 anos, p<0.0001). Entre as fraturas expostas, houve predomínio do tipo IIIA (45%) e, no grupo das fechadas, da classificação AO 43 (7,15%). Após regressão logística múltipla incluindo as variáveis sexo, idade, estado civil, acidente motociclístico, tabagismo, etilismo, hipertensão e diabetes mellitus, observou-se que apenas acidente motociclístico OR=5,08 (IC 95% 2,25-11,50, p. <0,0001) manteve significância estatística como fator de risco para fraturas expostas em relação às fechadas. Dos 123 pacientes com fraturas expostas, 115 concluíram o follow-up, verificando-se uma incidência de infecção global de infecção de 18,3%. Das fraturas expostas de membros inferiores, 23% infectaram, contra 4% das fraturas de membros superiores (p=0.04216). Especificamente quanto às fraturas tibiais, estas contabilizaram taxa de infecção de 28%, contra 8% nas fraturas de outros sítios anatômicos (p= 0.010223). Os intervalos até o início da antibioticoprofilaxia e até o primeiro desbridamento cirúrgico não se associaram ao risco de infecção nos testes bivariados (p=0.51 e p=0.19, respectivamente). O modelo de regressão logística elaborado não obteve significância estatística (p=0,1595), bem como a variável tempo até o primeiro ATB (p=0,098). A revisão sistemática incluiu 14 estudos, dos quais 6 foram considerados de risco sério de viés, 7 de risco crítico e 1 com risco moderado. Três estudos demonstraram correlação positiva entre o intervalo até o primeiro ATB e o risco de infecção, e 11 estudos obtiveram resultados negativos. Com relação à classe de antimicrobianos empregados durante a internação, verificamos que não houve diferença no risco de infecção na comparação do uso de uma cefalosporina de primeira geração com a terapia de cobertura ampliada para GRAM-negativos. Estudos microbiológicos foram obtidos para 12 dos 21 pacientes infectados, sendo isoladas 21 cepas bacterianas, sendo 4 cepas de S. aureus, 3 de P.aeruginosa, 3 de E. cloacae e 3 de E.coli. Infecções monomicrobianas foram observadas em 66,67% (n = 8) dos pacientes, dos quais 5 se infectaram por cepa resistente à antibioticoprofilaxia. Quatro cepas foram classificadas como MDR, 2 delas sendo S. aureus. Conclusões: não foi verificada influência do intervalo de tempo entre a fratura exposta e o início da antibioticoprofilaxia e o risco de infecção, ainda que tal variável tenha se aproximado da significância estatística, refletindo, possivelmente, em erro tipo beta, inerente à amostra de tamanho limitado. A revisão sistemática identificou uma baixa qualidade metodológica geral dos estudos, bem como resultados não uniformes quanto à associação entre antibioticoproflaxia precoce e redução do risco de infecção. As análises microbiológicas mostram maior incidência de S. aureus, e que a cobertura antibiótica profilática foi insuficiente para 33.3% das cepas isoladas. | |
dc.format | Text | |
dc.identifier.uri | http://repositorio.ufes.br/handle/10/16461 | |
dc.language | por | |
dc.publisher | Universidade Federal do Espírito Santo | |
dc.publisher.country | BR | |
dc.publisher.course | Doutorado em Doenças Infecciosas | |
dc.publisher.department | Centro de Ciências da Saúde | |
dc.publisher.initials | UFES | |
dc.publisher.program | Programa de Pós-Graduação em Doenças Infecciosas | |
dc.rights | open access | |
dc.subject | Fraturas expostas | |
dc.subject | Antibióticos | |
dc.subject | Tempo | |
dc.subject | Infecção | |
dc.subject | Osteomielite | |
dc.subject.br-rjbn | subject.br-rjbn | |
dc.subject.cnpq | Doenças Infecciosas e Parasitárias | |
dc.title | Avaliação da influência da precocidade da antibioticoprofilaxia no risco de infecção em fraturas expostas | |
dc.title.alternative | title.alternative | |
dc.type | doctoralThesis |
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