Jornal o diário: a censura e o papel da publicidade nos anos de chumbo (1968-1974)

dc.contributor.advisor1Franco, Sebastião Pimentel
dc.contributor.authorMazzei, Victor Reis
dc.contributor.referee1Leite, Izildo Corrêa
dc.contributor.referee2Sousa, Jessie Jane Vieira de
dc.contributor.referee3Bentivoglio, Julio Cesar
dc.date.accessioned2016-08-29T14:12:03Z
dc.date.available2016-07-11
dc.date.available2016-08-29T14:12:03Z
dc.date.issued2011-04-18
dc.description.abstractTo revisit the history of the O Diário newspaper is to rescue a little of the history of the press in the state of Espírito Santo. The aforesaid publication circulated in the lands of this state between 1955 and 1980, and has left as a legacy the upbringing of a generation of professionals who later occupied the most outstanding posts in the local press. The present dissertation deals in more detail with the relationship between O Diário newspaper and censorship, especially in the so-called “Leaden Years” (1968-1974). During a relevant period in which O Diário circulated, Brazil was immersed in a military dictatorship (1964-1985), which imposed to communication means a retrenchment in freedom of speech. The control of what was published was intense. The sanctions to those who dared defy the regime were immense. Journalists were coerced, threatened, tortured and even arrested. Censorship made itself present in the daily activities of media professionals. Most means of communication, which were to a great extent dependent on the State, be it by the granting of loans or by being paid for advertisements, ended up obeying official determinations; otherwise, they would run the risk of being retaliated. In this way, an asymmetrical power relation was established over what the means of communication could publish and make public. Strategies for resistance were assembled by publications so as to escape from censorship as well as to find means of making their reports and articles public. In the meantime, a new element gains prominence: publicity. Through publicity, the Government manifested its good will and sympathy to the means of communication. To those who followed the precepts proposed by the military, the Government would offer the possibility of being granted a substantial volume of official advertisement. On the other hand, for those who attempted to challenge the established regime, there would not only be a withdrawal of official advertisement, but also of advertisement coming from private enterprises, due to the pressure exerted by the State. The O Diário newspaper has amply experienced censorship in its daily practice. Directors were constantly summoned in order to be cross-examined, journalists were many times arrested; one of them even lost his job due to an article in which he publicized how wealthy a number of politicians from the state of Espírito Santo were. In spite of the constant atmosphere of fear that hovered over the editorial room, the O Diário newspaper was considered to be a paper that sympathized and was in tune with the ideological proposals of the military in power then. By its own 10 account, the publication would insert in its contents articles and advertisements that condoned the ideals of the authoritarian regime. On the other hand, in various occasions, O Diário got the benefit of receiving a considerable amount of advertisement coming from official sources, as well as from private enterprises that depended on the State financially. The directing board of O Diário saw this as a threshold to be exploited and made all the efforts to strengthen the link with the military so as to obtain financial favors as well as to prevent the newspaper from getting into conflicts with the heavy hand of the military.
dc.description.resumoRevisitar a história do jornal O Diário é resgatar um pouco da história da imprensa no Espírito Santo. A referida publicação circulou em terras capixabas entre 1955 e 1980, e deixou como legado a formação de uma brilhante geração de profissionais, que, mais tarde, ocuparam as mais destacadas posições da imprensa local. Trata mais detidamente acerca da relação entre o jornal O Diário e a censura, sobretudo nos Anos de Chumbo (1968-1974). Em boa parte do período em que O Diário circulou, o Brasil estava imerso em uma ditadura militar (1964-1985), que impôs o cerceamento da liberdade de expressão aos veículos de comunicação. O controle sobre o que era noticiado era intenso. As sanções sobre quem ousasse enfrentar o regime eram imensas. Jornalistas foram pressionados, ameaçados, torturados e até presos. A censura se fez presente na atividade diária do profissional da imprensa. A maioria dos veículos de comunicação, em grande parte, dependente do Estado, seja na liberação de empréstimos ou no recebimento de anúncios publicitários, acabaram por acatar as determinações oficiais sob o risco de sofrer com retaliações. Estabelecia-se, assim, uma relação assimétrica de poder sobre aquilo que era publicado e divulgado pelos veículos de comunicação. Estratégias de resistência foram montadas por parte das publicações, a fim de fugir da censura, bem como buscar meios de noticiar as reportagens produzidas. Nesse ínterim, um novo elemento entra em destaque: publicidade. Por meio dela, o governo externou o seu humor e simpatia aos veículos. Àqueles que caminhassem de acordo com os ditames propostos pelos militares, o governo acenava com a possibilidade de recebimento de bons volumes de anúncios de propaganda. Já aos que intentassem enfrentar o regime vigente, havia não só a retirada dos anúncios oficiais, como também dos oriundos de empresas particulares, em função das pressões do Estado. O jornal O Diário vivenciou amplamente a censura em sua prática diária. Diretores foram chamados constantemente para prestar esclarecimentos, jornalistas foram detidos várias vezes, sendo que um deles até perdeu o emprego por causa de uma matéria em que divulgou o patrimônio de políticos capixabas. Apesar da constante atmosfera de medo, o jornal O Diário era considerado um jornal alinhado e simpático à proposta ideológica sugerida pelos militares no poder. Por conta própria, a publicação incluía em suas páginas matérias e anúncios em consonância aos ideais do regime autoritário. Em contrapartida, em várias ocasiões, O Diário foi beneficiado no recebimento de anúncios 8 publicitários vindos de fontes oficiais, bem como por empresas particulares dependentes financeiramente do Estado. Os diretores do Diário enxergaram aí um filão a ser explorado e não mediram esforços a fim de potencializar a relação com os militares e obter, com isso, favorecimentos financeiros, além de trabalhar para que se evitasse que o jornal entrasse em choque direto com a pesada mão dos militares.
dc.formatText
dc.identifier.citationMAZZEI, Victor Reis. Jornal o diário: a censura e o papel da publicidade nos anos de chumbo (1968-1974). 2011. 214 f. Dissertação (Mestrado em História) - Universidade Federal do Espírito Santo, Centro de Ciências Humanas e Naturais, Vitória, 2011.
dc.identifier.urihttp://repositorio.ufes.br/handle/10/3459
dc.languagepor
dc.publisherUniversidade Federal do Espírito Santo
dc.publisher.countryBR
dc.publisher.courseMestrado em História
dc.publisher.initialsUFES
dc.publisher.programPrograma de Pós-Graduação em História
dc.rightsopen access
dc.subjectCensorshipeng
dc.subjectPowereng
dc.subjectDictatorshipeng
dc.subjectPresseng
dc.subjectPoderpor
dc.subjectAdvertisingeng
dc.subjectJornalismopor
dc.subject.br-rjbnCensura - Brasil
dc.subject.br-rjbnDitadura - Brasil
dc.subject.br-rjbnPublicidade
dc.subject.br-rjbnImprensa - Espírito Santo (Estado)
dc.subject.br-rjbnLiberdade de imprensa - Brasil
dc.subject.cnpqHistória
dc.subject.udc93/99
dc.titleJornal o diário: a censura e o papel da publicidade nos anos de chumbo (1968-1974)
dc.typemasterThesis
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