Avaliação clínica e tomográfica da região rinomaxilar em pessoas afetadas pela hanseníase
dc.contributor.advisor1 | Deps, Patrícia Duarte | |
dc.contributor.advisor1ID | https://orcid.org/0000-0002-9707-1934 | |
dc.contributor.advisor1Lattes | http://lattes.cnpq.br/9820695143683631 | |
dc.contributor.author | Santo, Rachel Bertolani do Espirito | |
dc.contributor.authorID | https://orcid.org/0000000237560402 | |
dc.contributor.authorLattes | http://lattes.cnpq.br/6169243315709709 | |
dc.contributor.referee1 | Teixeira, Carlos Graeff | |
dc.contributor.referee1ID | https://orcid.org/0000000327250061 | |
dc.contributor.referee1Lattes | http://lattes.cnpq.br/0464152494769261 | |
dc.contributor.referee2 | Palaci, Moises | |
dc.contributor.referee2ID | https://orcid.org/0000000320136071 | |
dc.contributor.referee2Lattes | http://lattes.cnpq.br/2602694352713051 | |
dc.contributor.referee3 | Ramos, Bernardo Faria | |
dc.contributor.referee3Lattes | http://lattes.cnpq.br/0427522465155833 | |
dc.contributor.referee4 | Gomes, Ciro Martins | |
dc.date.accessioned | 2024-05-30T01:41:25Z | |
dc.date.available | 2024-05-30T01:41:25Z | |
dc.date.issued | 2022-10-06 | |
dc.description.abstract | Context: Hansen's disease (HD) is a chronically progressive, infectious disease that accounts for more than 200,000 new cases per year worldwide, and is more frequent in developing countries such as India, Brazil, and Indonesia. Skeletal deformities of the face and extremities are historical markers and part of the stigma of this disease. However, the underlying mechanisms of HD-induced bone damage are not completely known, although it is known that lesions in the nasal and oral mucosa are the starting point for the development and progression of facial bone changes. The term "Facies leprosa", coined in 1952 by Møller-Christensen, author of the first paleopathology studies on HD, denominated a set of changes in the facial skeleton, being, however, replaced by rhinomaxillary syndrome (RMS), as proposed by Andersen and Manchester (1992), who systematized such changes into seven criteria. According to paleopathology, facial deformity as a sequela of HD is caused not only by the "saddle nose" but also by the regression of the maxilla. Objective: Based on this, this study aimed to evaluate the clinical and bone alterations of the rhinomaxillary region in people affected by HD through physical examination and tomographic images. Methods: In an analytical cross-sectional study, 3 groups of participants were evaluated, 2 with cases (Group 1: 16 participants with more than 35 years of HD diagnosis, treated; Group 2: 21 participants with less than 15 years of HD diagnosis, HD, treated or undergoing treatment) and 1 with controls (37 participants without a HD diagnosis). In the cases, an otorhinolaryngological evaluation was carried out with rhinoscopy and oroscopy, in addition to a clinical evaluation of the facial profile (this one, exclusively in Group 1). Participants-cases and controls underwent evaluation of CT scan of the facial bones. Based on the paleopathological RMS criteria by Andersen and Manchester (1992), the tomographic criteria for defining radiological RMS (rRMS) were established. The evaluation of the facial profile, through photos of the participants affected by leprosy, allowed the description of clinical RMS (cRMS). Results: Of the 16 participants in Group 1, 4 fully met criteria for rRMS, all had substantial facial changes that met criteria for cRMS, and another 4 had partial rRMS and did not meet criteria for cRMS. All cases with total and partial rRMS had an original diagnosis of lepromatous HD. The investigation of rhinomaxillofacial bone manifestations of HD revealed that the differences in bone changes between the three groups were mainly determined by: (i) severe resorption/atrophy, more frequent in Group 1, with the anterior alveolar process of the maxilla showing severe resorption/atrophy in 50% of the participants, a percentage that was 29% in Group 2 and 11% in the controls; (ii) nasal bones and nasal aperture with severe resorption/atrophy in 31% in Group 1, being absent in Group 2, and, in Group 3, 2.7% (nasal bone) and 5.4% (nasal opening); (iii) severe or mild to moderate changes in the nasal septum in 25% of the cases in Group 1 compared to 4.7% of the participants in Group 2 and 2.7% in Group 3. The rhinomaxillofacial bone change score was higher among participants with more than 35 years of diagnosis (Group 1, median 7, IQR 5.5-10.5) compared with those with less than 15 years of diagnosis (Group 2, median 5, IQR 3-7) and with participants without HD (Group 3, median 5, IQR 2-7). These findings are consistent with the fact that most cases in Group 1 were diagnosed and had treatment started in the preMultidrug therapy (MDT) era, and a long time has elapsed since then, which allowed greater disease progression, despite later, some have received MDT. With respect to dental data, there were no differences between participants in Groups 1 and 2, but controls had less tooth loss (mean number of missing maxillary teeth 12, IQR 4-16, p = 0.008) compared to participants with a history of HD (Groups 1 and 2 combined, median 16, IQR 14-16). The cases (Groups 1 and 2) had similar otorhinolaryngological and oroscopic scores. In Group 2, there was a strong positive correlation between the three scores (rhinomaxillofacial, otorhinolaryngological and oroscopic), with Pearson correlation coefficients ≥ 0.6 (all p ≤ 0.004). The strong correlation between otorhinolaryngological scores and rhinomaxillofacial bone alteration observed in Group 2 indicates that the first score may be a useful clinical proxy for the mentioned bone alteration. Conclusion: through this study, it was possible to make a correlation between tomographic bone alterations and those verified in the skulls in osteoarchaeological studies on HD, adapting the paleopathological criteria of RMS to clinical practice. It was also possible to characterize the changes in the facial profile corresponding to the underlying bone involvement. The results described provide further evidence that the management of the patient with HD should include a complete otorhinolaryngological evaluation, supported by imaging when necessary. The findings also indicate that oral and dental health in people affected by this disease should not be neglected, constituting part of the assessment and basic care. Such measures are inexpensive and potentially preventive to avoid the progression of rhinomaxillofacial bone changes. Therefore, they should be incorporated into clinical guidelines for patients who present as new cases of HD, undergoing treatment or follow-up. | |
dc.description.resumo | Contexto: A hanseníase é uma doença infectocontagiosa, de evolução crônica e que contabiliza mais de 200 mil novos casos por ano em todo o mundo, sendo mais frequente em países em desenvolvimento, como Índia, Brasil e Indonésia. Deformidades esqueléticas faciais e de extremidades são marcadores históricos e parte do estigma dessa doença. Todavia, os mecanismos de base da lesão óssea induzida pela hanseníase não são completamente conhecidos, embora se saiba que lesões nas mucosas nasal e oral são o ponto de partida para o desenvolvimento e progressão das alterações ósseas faciais. O termo “Facies leprosa”, cunhado em 1952 por Møller-Christensen, autor dos primeiros estudos da paleopatologia sobre a hanseníase, denominava um conjunto de alterações no esqueleto facial, sendo, contudo, substituído por síndrome rinomaxilar (SRM), como propuseram Andersen e Manchester (1992), os quais sistematizaram tais alterações em sete critérios. Segundo a paleopatologia, a deformação facial como sequela da hanseníase é causada não apenas pelo “nariz em sela”, mas também pela regressão da maxila. Objetivo: Com base nisso, este estudo objetivou avaliar as alterações clínicas e ósseas da região rinomaxilar em pessoas afetadas pela hanseníase através de exame físico e imagens tomográficas. Métodos: Em um estudo transversal analítico, foram avaliados 3 grupos de participantes, sendo 2 com casos (Grupo 1: 16 participantes com mais de 35 anos de diágnóstico de hanseníase, tratados; Grupo 2: 21 participantes com menos de 15 anos de diágnóstico de hanseníase, tratados ou em tratamento) e 1 com controles (Grupo 3: 37 participantes sem diágnóstico de hanseníase). Nos casos, procedeu-se à avaliação otorrinolaringológica com rinoscopia e oroscopia, além de avaliação clínica do perfil facial (esta, exclusivamente no Grupo 1). Os participantes-casos e controles passaram por avaliação de exame de tomografia computadorizada dos ossos da face. A partir dos critérios da SRM paleopatológica de Andersen e Manchester (1992), foram estabelecidos os critérios tomográficos para definição da SRM radiológica (SRMr). A avaliação do perfil facial por meio de fotos dos participantes afetados pela hanseníase permitiu a descrição da SRM clínica (SRMc). Resultados: Dos 16 participantes do Grupo 1, 4 preencheram totalmente os critérios para SRMr, todos com alterações faciais substanciais que preencheram os critérios para SRMc, enquanto outros 4 tinham SRMr parcial e não atenderam aos critérios de SRMc. Todos os casos com SRMr total e parcial tiveram diagnóstico original de hanseníase na forma virchowiana. A investigação das manifestações ósseas rinomaxilofaciais da hanseníase revelou que as diferenças nas alterações ósseas entre os três grupos foram determinadas principalmente por: (i) reabsorção/atrofia grave, mais frequente no Grupo 1, com o processo alveolar anterior da maxila mostrando reabsorção/atrofia grave em 50% dos participantes, porcentagem que ficou em 29% no Grupo 2 e em 11% nos controles; (ii) ossos nasais e abertura nasal com reabsorção/atrofia grave em 31% no Grupo 1, estando ausente no Grupo 2, e, no Grupo 3, 2,7% (osso nasal) e 5,4% (abertura nasal); (iii) alterações graves ou leves a moderadas do septo nasal em 25% dos casos do Grupo 1 em comparação com 4,7% dos participantes do Grupo 2 e 2,7% no Grupo 3. O escore de alteração óssea rinomaxilofacial foi maior entre os participantes com mais de 35 anos de diagnóstico (Grupo 1, mediana 7, IIQ 5,5-10,5) em comparação com aqueles com menos de 15 anos de diagnóstico (Grupo 2, mediana 5, IIQ 3-7) e com os participantes sem hanseníase (Grupo 3, mediana 5, IIQ 2-7). Esses achados são consistentes com o fato de que a maioria dos casos do Grupo 1 foi diagnosticada e teve tratamento iniciado na era pré-poliquimioterapia (PQT), tendo decorrido longo tempo desde então, o que permitiu maior progressão da doença, apesar de, posteriormente, alguns terem recebido a PQT. Com relação aos dados odontológicos, não houve diferenças entre os participantes dos Grupos 1 e 2, mas os controles tiveram menos perda dentária (número médio de dentes superiores ausentes 12, IIQ 4-16, p = 0,008) em comparação com participantes com história de hanseníase (Grupos 1 e 2 combinados, mediana 16, IIQ 14-16). Os casos (Grupos 1 e 2) apresentaram escores otorrinolaringológicos e oroscópicos semelhantes. No Grupo 2, houve forte correlação positiva entre os três escores (rinomaxilofacial, otorrinolaringológico e oroscópico), com coeficientes de correlação de Pearson ≥ 0,6 (todos p ≤ 0,004). A forte correlação entre os escores otorrinolaringológico e alteração óssea rinomaxilofacial observada no Grupo 2 indica que o primeiro escore pode ser proxy clínica útil para a alteração óssea mencionada. Conclusão: por meio deste estudo, foi possível fazer a correlação entre as alterações ósseas tomográficas e aquelas verificadas nos crânios nos estudos osteoarqueológicos sobre hanseníase, adaptando os critérios paleopatológicos da SRM para a prática clínica. Também foi possível caracterizar as mudanças do perfil facial correspondentes ao comprometimento ósseo subjacente. Os resultados descritos fornecem mais evidências de que o manejo do paciente com hanseníase deve incluir avaliação otorrinolaringológica completa, apoiada por exame de imagem quando necessário. Os achados também sinalizam que a saúde bucal e dentária em pessoas acometidas por essa doença não deve ser negligenciada, constituindo-se parte da avaliação e do cuidado básico. Tais medidas são de baixo custo e potencialmente preventivas para evitar a progressão de alterações ósseas rinomaxilofaciais. Devem, portanto, ser incorporadas às diretrizes clínicas para pacientes que se apresentam como casos novos de haseníase, em tratamento ou acompanhamento. | |
dc.format | Text | |
dc.identifier.uri | http://repositorio.ufes.br/handle/10/16741 | |
dc.language | por | |
dc.publisher | Universidade Federal do Espírito Santo | |
dc.publisher.country | BR | |
dc.publisher.course | Doutorado em Doenças Infecciosas | |
dc.publisher.department | Centro de Ciências da Saúde | |
dc.publisher.initials | UFES | |
dc.publisher.program | Programa de Pós-Graduação em Doenças Infecciosas | |
dc.rights | open access | |
dc.subject | Hanseníase | |
dc.subject | Ossos da face | |
dc.subject | Síndrome rinomaxilar | |
dc.subject | Tomografia computadorizada | |
dc.subject | Paleopatologia | |
dc.subject.br-rjbn | subject.br-rjbn | |
dc.subject.cnpq | Doenças Infecciosas e Parasitárias | |
dc.title | Avaliação clínica e tomográfica da região rinomaxilar em pessoas afetadas pela hanseníase | |
dc.title.alternative | title.alternative | |
dc.type | doctoralThesis |
Arquivos
Pacote Original
1 - 1 de 1
Carregando...
- Nome:
- RachelBertolaniDoEspiritoSanto-2022-Trabalho.pdf
- Tamanho:
- 3.5 MB
- Formato:
- Adobe Portable Document Format
- Descrição: